quinta-feira, junho 26

Exatamente nada é igual


Nada, exatamente nada é igual, a única certeza de que temos é que tudo não é exato, e talvez, digo talvez porque não é uma coisa completamente certa, talvez cada fragmento de milésimo seja plenamente único, os seus olhos não são os mesmos todo dia, o seu mundo não é o real. O legal nas pessoas é como existe vários mundos dentro de cada mundo, cada pessoa é um mundo, e cada pessoa tem muitas pessoas dentro de si, os mundos se conectam e se perdem totalmente, mas o mais incrível, o espetacular da história, são as imensas diferenças entre eles, viver no mesmo espaço, respirar o mesmo ar e ainda sim ser diferente ao ponto de concordar com outras pessoas e discordar de tudo ao seu redor, a diferença é o segredo de todos os sentimentos, ela comanda e provoca curiosidade, e o que seria do homem sem curiosidade? Desde a curiosidade do primeiro beijo até a curiosidade de conhecer outros planetas, nada se moveria, o mundo pararia de girar, e seus vários mundo compactados se misturariam em uma massa pastosa qualquer sem cheiro, cor, sabor e curiosidade. O espetáculo da vida, o fantástico, o incrível, é o sentimento que une o ser humano. As coisas são tão diferentes que chego a pensar que tudo é igual e inventamos as diferenças, para por um pouco de graça em tudo isso.

sexta-feira, junho 20

As pessoas dizem que eu não posso fazer isso, não posso fazer aquilo. Não devo fazer o que fiz sempre, devo sempre não fazer o que hoje fiz. E fiz e faço. E não quero e não gosto de deixar de fazer. Me trás uma sensação boa. Meu corpo sobra, esparrama sob minhas pernas, sustentadas por alguma veia de menos de meio centímetro de diâmetro que liga meu dedão do pé à ponta do mais comprido fio de meu cabelo. Sustenta a mim e a minhas idéias. Não vou deixar de fazer o que fiz hoje. Talvez um dia me arrependa, talvez não queria mais fazer algum dia. Mas fiz hoje e morro de vontade de fazer amanhã. E imagino que amanhã também vou querer fazer, é uma boa sensação. Não a de querer. Ou melhor, esta também. Mas boa mesmo é a sensação de quando se faz, depois, quando se pensa: não devia ter feito, já se fez, já sentiu o prazer, já está nas nuvens. É bom! Não é bom poupar-se das boas sensações imorais. As sensações de imoralidade não são tão ruins. É ruim sentir-se imoralizado, mas melhor ainda é sentir e saber que não se importa. Este é sem dúvida um estágio difícil de se alcançar, mas não há patamar inalcançável. Inalcançável é sentir a sensação que se sente quando se faz algo imoral sem fazer uma imoralidade, porque o ato imoral em si já sustenta um grande sentimento de liberdade, mas a imoralidade de agir de modo imoral é três vezes mais sensacional e mais forte. É como se você andasse de ponta-cabeça por todos os lugares. É assim, diferente. As pessoas te olham diferente, as coisas são feitas de outra maneira, as cores mudam, as tonalidades são mais saturadas e não é só sobrenatural o que realmente é. O sobrenatural é você sentir que é você quem está agindo, e que essa é a vida boa de se levar. Mas nada adianta se você não tiver inicialmente conceitos a respeito para desmoralizar. Caso os tenha, se livre logo, mas o faça de olhos fechados. Aproveitar cada segundo, porque nada é pra sempre, nem a falta de juízo.