domingo, abril 27

Somos todas prostitutas

Prostitutas confidentes, que falam do sexo, falam dos mistérios da noite.
Confabulam e tornam-se ásperas com a vida, culpando-a de seus problemas e irritações.
Somos todas prostitutas.
Unidas, fortes. Esperançosas e hipócritas.
Das que vivem esperando por um grande salvador que as tire da perdição ilusória e as carregue para a realidade faz-de-conta ilusória.
Daquelas que não pensam duas vezes ao escolherem entre os amantes e as anfitriãs.
Companheiras da velha guarda, quem se importa com algo além do seu nariz?
As transas são sempre iguais.
Largar as pobres meretrizes e se encontrar em um mundo distante, onde apenas têm vez as que pescaram seu par.
Largar as piranhas velhas e carquentas, as quais ficam mais baratas a cada trepada.
Somos todas prostitutas e que se danem as velhas sábias conselheiras. A vida as pune incessantemente, impecavelmente. Serão todas fartas de punição e sentirão seus joelhos sangrarem aflitos.
Somos todas prostitutas e as velhas ficam lá, como mães. E as outras são como os filhos sem suas almas.
Perdem suas raízes sem pudor, perdem seu amor sem pudor.
Elas nunca sentiram o amor.
E lá estará a velha prostituta barata.
Ela nunca sairá do bordel, nunca terá sua vidinha transformada, sequer provará do gosto amargo da fidelidade.
Seu corpo fede a velhice, seu ventre fede o ócio do ofício. Sua mente vegeta consciente de que somos todas prostitutas.

2 comentários:

cana e açúcar disse...

ja te disse q nao consigo parar de ler isso?

Bok disse...

nossa...qual foi que escreveu esse?
gostei dele